Estes dias estava pensando sobre os amores possíveis. Um assunto que com o passar dos 30 anos, sempre volta cheio de nuances. Eu nunca vivi uma experiência de amar o possível. Para mim, para mergulhar em uma história de amor é preciso estar embriagada de paixão. Mas com as quedas e os tombos que a vida nos dá, chega uma hora que a gente começa a pensar que é possível amar o possível.
Temos a tendência de querer sempre o mais difícil, o mais complicado. O nosso olhar nem percebe o que nos rodeia, que ao nosso lado pode estar uma pessoa maravilhosa querendo te oferecer o melhor. Mas se a paixão não está ali presente, começamos a colocar empecilho. Até o local onde o cara mora vira desculpa. Juro, já escutei isso da boca de uma amiga."Ah, não, ele mora longe, nossa, não dá". O que é isso companheira? Mal conhece o cara e já tá pensando na moradia dele? Como eu mesma respondi para minha amiga: "Uai, por que está achando ruim ele morar longe? Já vai casar com ele? ". Pois é, tudo vira desculpa.
Como dizem que cabeça de mulher é uma incógnita, comecei a pensar que a gente deve mesmo achar mais "fácil" só entrar no relacionamento se estiver apaixonada. Vá entender. Talvez Freud explique. Claro, a paixão nos leva a lugares inimagináveis, nos coloca num patamar diferente das outras pessoas, mas quando o alvo pretendido te dá um fora, nossa, o mundo cai mesmo, nos deixa na lona. Por isso, começo a pensar com muito carinho nos amores possíveis.
Começo a pensar nesta possibilidade. De entrar num relacionamento mesmo não estando apaixonada. Algumas amigas dizem que é até melhor, a gente não sofre tanto, as expectativas ficam num nível mais real. Por outro lado, o coração não dispara, você não fica olhando o infinito com cara de bobo, a perna não treme , entre outras coisas. Mas chega uma hora, que a gente cansa de gostar e a recíproca não ser verdadeira. Daí, os amores possíveis começam a ficar mais reais. É receber de coração aberto quem esteja disposto a te amar, a cuidar de você, a dividir a vida com você.
É outra forma de amar. É aprender a amar mesmo. Pode ser uma experiência bem interessante, construir um amor no dia-a-dia. Claro, que tem que existir alguma química, porque senão não dá. E se existir, pelo menos, um pouquinho de atração, por que não tentar? Chega de ficar correndo atrás de quem não quer nada com a gente. Vamos dar chance para quem está aí, do nosso lado, cheio de amor pra dar!!!
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