Falávamos ao mesmo tempo. Cada uma tentava lembrar algumas passagens de nossas vidas. Lembro de uma que, atualmente se alguém na faixa dos 20 anos fizer corre o risco de não voltar para casa. Eu e ela estávamos na Savassi e uns dois carinhas passaram de carro. Pararam e já estávamos saindo com eles para irmos tomar vinho na Liber. Não esqueço essa história. As nossas caras de inocente entrando no carro e torcendo para que o destino fosse mesmo o anunciado. Ainda bem que não nos aconteceu nada. Até hoje a gente ri desta credulidade juvenil e da nossa sorte de termos escapado ilesas.
Contabilizo essas memórias como um ganho. Mas ao chegar à maturidade, também contabilizamos perdas. São casamentos que não dão certo, amores impossíveis, amigos separados pela distância. Sempre me pergunto por que os amores não correspondidos ou os amores fracassados nos perturbam tanto, mexem com a alma. Não sei. Eu sofro. Já sofri mais, mas hoje consigo sofrer sem me desfalecer. Acho que é para isto que serve também a maturidade. É passar pelas perdas com mais equilíbrio, lucidez diante dos fatos e mais confiança.
Mas algumas perdas e algumas dores são inevitáveis. Por outro lado, ganhamos por não termos vergonha de expor os nossos sentimentos, de falar “eu te amo”; ganhamos na aquisição de novos amigos e tantas outras coisas. Aprendi com o tempo que dizer “eu te amo”a alguém é fruto de um amadurecimento emocional. Acredito que isso tenha sido um dos meus maiores ganhos. Assumir quem eu sou, deixar para trás as inseguranças emocionais e estar disposta a viver as histórias, mesmo que elas nem sempre tenham um final feliz.
"Acredito que isso tenha sido um dos meus maiores ganhos. Assumir quem eu sou, deixar para trás as inseguranças emocionais e estar disposta a viver as histórias, mesmo que elas nem sempre tenham um final feliz. "
ResponderExcluirNossa, Cris, é exatamente assim que eu me sinto hoje. Com isso me sinto muito mais leve - e viva.
Adorei o post! Beijo, Aline.